quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Um dos motivos.

Não te vejo na praça, na quadra, nem no campo. Sua imagem está desatualizada em meu banco de dados. Só me recordo de você daquele longínquo ano de 2004. Não sei como está seu cabelo, sua altura ou seu humor. E mesmo assim, não me importo se você estiver de aparelho, engordado, ou usando óculos. A verdade é que sempre gostei de conversar contigo, e talvez por isso sempre passo de bicicleta na sua rua, assim como quem não quer nada querendo tudo, e o tudo nesse lugar sem nada, seria passar tardes e mais tardes papeando em baixo de uma árvore qualquer. Já não sou como antes, mas mantenho o fascínio em te escutar, talvez a gente se esbarre na fila do pão, ou quem sabe eu toque sua campainha. Mas se nada disso acontecer, voltaremos para nossas cidades há um distância considerável. Posso conviver com isso, mas não quero, por isso ainda passarei mais umas três vezes na sua rua por dia.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

E essa noite terei pesadelos.

Amigo,

Conheço suas manias de cor
Suas risadas e suas palavras inventadas
Sei do que gosta de fazer
E estive aí quando precisou
Mas agora está longe
E, eu sem defesas, só posso documentar
Pra ver se consigo dormir
Se fosse uma música, seria melancólica
Com notas graves e que provavelmente tocaria alguém
Talvez que já tenha passado por isso
Mas comigo é a primeira vez
E nunca saberei a melhor maneira de lidar
A verdade é que nunca consegui expurgar isso de mim
Essa sensação de gritar e dizer que sinto sua falta
Toda noite de tempos e tempos me acontece
E a piada é que acontece nas melhores famílias
Eu não aguento mais!
Sinto sua falta, sabia?
Sei que foi melhor pra você
Mas o que eu posso fazer?
Minhas lágrimas são frequentes
Já passei por tanta coisa
E você sabe como sou forte
Mas é que sempre te tive aqui
Para recarregar ou para transferir minha preocupação a você
Posso me virar por aí mas não saber ajudá-lo me dói mais
E como faz agora?
Me ensina?
Quem vai me fazer parar de soluçar
Minha gargante está presa e mal consigo respirar
Meus olhos já doem
Mas tenho que chorar em silêncio
Não tenho mais a quem recorrer
Sempre penso que poderia ter me dedicado mais a ti
Tenho medo de...
Queria te pedir que não fosse embora nunca
Mas não posso ser tão egoísta
Como isso é possível?
Os lenços de papel se acumulam
Isso não passa
E essa noite terei pesadelos
Vejo às horas e me assusto
Daqui a pouco amanhece e eu serei flagrado
A música toca várias vezes
E isso não é normal
O para sempre é uma mentira que dói
E eu só queria dormir.

Um tratado sobre a paixão em pouco mais de 4 minutos.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Régia, tu tens que voltar a escrever, voltar a me inspirar. Aqui, as pessoas são todas desinteressantes. Mesmo não acreditando, eu gostava de ouvir sobre o amor não ter validade, e que existe saudade.

D.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Maçã.

Suas expressões tomam contornos artísticos quando você sorri. Há uma harmonia ímpar; uma singeleza rara. É como se todo o seu rosto se preparasse para à apresentação do seu sorriso, e na mais pueril analogia, seus lábios - vermelhos demais para qualquer mortal - se abrem como uma cortina de teatro, e não seria forçado dizer que o brilho é o mesmo de um ator iluminado. Você tem um olhar que não me deixa ter dúvidas do que você quer. Você joga com todo esse charme, e eu parado ali, pareço um garoto que se perdeu dos pais. Você me tem nas suas mãos e abusa disso. Quando passa, seus cabelos provam que há um complô. Uma conspiração para me tirar das bases, e eu caio. Quando se aproxima e me pergunta qualquer coisa, sou incapaz de jogar, apenas digo o que se passa aqui em meio a essa confusão. Você sorri da minha sinceridade, diz que está extinta, eu me recomponho. Você se vai e exala uma sensação de que a aproximação é iminente. Eu fico tentando te desvendar, e é impossível não pensar no teu balanço. Sim, suas pernas me chamam para o contato. Você olha e me vê te desejando, agora seu sorriso é diabolicamente sensual. O lugar é propício. Você sabe, eu sei, mas eles nunca saberão.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

E quem limpará essa sujeira?

O carro está desgovernado
100 km, 150 km...
Irá bater!
Não há nada que possa impedi-lo
Nada do que possa pensar
A questão não é essa
Seus planos não terão efeitos, seu tolo.
Quantos segundos você acha?
Por sorte a rua está vazia, né?!
Ou gostaria de estragar alguma coisa antes?
Alguma vida?
Se você for, por que não levar alguém?
Esse pensamento é o mais normal!
Não tente se jogar
Isso só pioraria tudo.
É bem provável que bata a cabeça e morra
Que pena.
Sujaria a rua
Pense em quem terá que limpar
Você não tem compaixão?

O carro está desgovernado
100 km, 150 km...
Te concedo alguns segundos
No que quer pensar?
Em pessoas?
Por que elas mereceriam?
Foi graças a uma delas que você está nessa situação, lembra?
Não tem raiva?
Não, não quero ouvir
Não é problema meu.
Gastará seus últimos segundos rememorando?
Acho que perdemos um terço nesse papo inútil
Gasta-se mais da metade pensando... Sempre foi assim.
Cuidado! Cuidado! Ah...
Hahahhaha Brincadeira.
Te assustei?
Mas pelo menos, vi em ti uma ameaça de reação
Foi o instinto!
Por que não o utiliza?

O carro está desgovernado
100 km, 150 km...
O tempo está se esgotando
Agora realmente está, antes era só para botar pilha.
Sei sei... Por que sinto prazer nisso?
Você saberá se escapar!
No que está pensando?
Não temos tempo pra isso.
Ou temos até demais...
É um paradoxo!
Mas aconselho que te preocupes
É sobre sua existência?
Qual o sentido?
Ah, corta essa.
Algo tem sentido nessa vida, já teve alguma vez?
Teria um motivo de você estar aqui?
Então, convenhamos, não é esse o caminho
Uma pista?
Não.
O tempo acabou!

E quem limpará essa sujeira?

O carro está desgovernado
100 km, 150 km...

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Segundo semestre de 2011.

Namorados para sempre (2010) 8.5
Drive (2011) 8.5
Vencedor, O (2010) 8.0
Beijo roubado, um (2007) 6.5
Malu de Bicicleta (2009) 7.0
Muita Calma Nessa Hora (2010) 1.0
Árvore da vida, A (2011) -
Antes Que o Mundo Acabe (2009) 6.0
Terminal, O (2004) 6.0
Pequena Miss Sunshine (2006) 8.0
Foi Apenas um Sonho (2008) 9.0
Kick-ass - Quebrando Tudo (2010) 7.0
Zumbilândia (2009) 8.5
Embriagado de Amor (2002) 7.5
Peixe Grande e suas Histórias Maravilhosas (2003) 7.0
Tiros em Columbine (2002) 8.0
Superbad - É Hoje (2007) 7.5
Casa de Pequenos Cubinhos, A (2008) 9.0
Ponte, A (2006) 8.0
Sangue Negro (2007) 7.5
Estrada Para Perdição (2002) 8.0
Alfie - O Sedutor (2004) 6.5
Super 8 (2011) 6.5

P.s.: Não há uma nota válida para A Árvore da vida, talvez esse filme sirva para repensar o modo de avaliação.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Romântico obsoleto.


E o que você esperava?
Que abdicassem como você?
Que não sentissem a necessidade que você não sente?
E que esperassem algo que você nem sabe o que é?
Quanta ingenuidade!
Ninguém deseja pagar o alto preço
É alto demais.
O corpo padece quando a mente é fraca.
E mesmo quando não for,
Há necessidade é maior que a vontade!
Nem imaginam um outro reinício, é apenas o cíclico.
Só o cíclico existe.
Fugir daria trabalho...
Não pense mais que estão dispostos
Não é um tratado de liberdade, é a vida na forma mais bruta e avassaladora.
O biológico decide
E se você sofre, é porque é um romântico obsoleto.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Desesperança.

O barulho do relógio me incomoda. É como se salientasse que o tempo passa, passa e passa. Cada cravada é como uma pontada aqui. O tempo está frio demais para quem já não está tão feliz; é perigoso. Assisto filmes e mais filmes, como subterfúgios. Tento transformar tudo o que vejo em poesia, mas a poesia já se foi. Está tudo cinza, e não há a mínima previsão de melhora. Ficar acordado já não tem mais tanta graça. Pelo menos se eu dormir posso ter um daqueles sonhos bizarros, ou agridoces...

Me acorde quando a primavera chegar.

domingo, 14 de agosto de 2011

Andar sem destino pela cidade; rolar na grama sem vaidade.

Vontade de

Talvez eu vá, lembre e relembre
Caia e levante
E antes de escurecer
Volte para os mesmos buracos sem fim
Aliás, está frio e estou vulnerável
Preciso do calor, do abafado, do alado
De sentir, rir, sorrir!

sábado, 13 de agosto de 2011

Simplicidade.

Me perco entre as curvas de um lugar que nunca fora visitado. As cores reinam nas fachadas e à vontade de olhar uma a uma, impera. Viajo na velocidade permitida pelas leis do homem, e tento não perder nenhum detalhe. Desconheço tudo e, ao mesmo tempo, me sinto em casa, completamente à vontade! Ah, aquele bem estar! Os rostos não tem cadastro em meu banco de memória, mas agora precisarei de mais espaço. Os sorrisos, adoráveis surpresas! Tento me acostumar ao barulho das gargalhadas, que são constantes. Assumo outras vontades e me enquadro em horários não habituais. Me sinto fora de mim, e isto me faz bem! E mesmo tendo aprendido coisas novas, posso dizer com a mais perfeita lisura: o que mais me chamou a atenção foi a simplicidade!


domingo, 24 de julho de 2011

Dormir.

Se eu dormir posso me perder por aí em outro plano. Quimera um lampejo da fantasia que eu via - ou talvez criasse - aqui fora. Se eu dormir que dure um longo período, talvez longo até demais para que subverta esta vontade de mudar, mas antes de dormir preciso saber: Angústia tem remédio?

Os porquês.

Eu uso todos os porquês, não somente os da gramática, mas todos que estão no plano do irreal quando me refiro ao passado. Ora uso quando não aceito - comigo mesmo e com Deus -, nas milhares de vezes que se interessam; quando finjo pra mim mesmo que tudo já passou... E contigo quando pergunto: Angústia tem remédio?

Cheiro de vida.

Sinto falta do cheiro de vida.
Meu olfato me alerta sobre o dia que terei, mas há tempos ele nada detecta. Nem leves aromas que outrora me levariam a lugares misteriosos, que me perderia... Nada! Sentir algo ruim é triste, mas não sentir é angustiante! Estou mendigando um aroma por aí. Pode ser o mais simples e vagabundo. Alguém? Eu devolvo, só quero por 4 segundos, só... Se não se tiver, pelo menos me responda: Angústia tem remédio?

terça-feira, 19 de julho de 2011

.

- Você se arrepende?
- Não há um dia sequer... Não há uma manhã de sol que eu não me imagine em outra situação, mas é a vida, não é?
- Se você pudesse... O que faria diferente?
- Te diria que as noites também.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Tudo se completa, mareia.


E quando o mar olha para si,
e vê que perde espaço para à areia...
A branca e suave areia que insiste adentrar o mar
Percebe o menino brincando,
fazendo castelos magníficos, com um sorriso belissímo em sua face, preferindo à pálida e seca areia, que o azul e molhado mar.

Logo um sentimento leviano toma conta.
Sua ira é demonstrada ao piscar os olhos de uma forma mais rápida,
que invade à disputada areia, destruindo tudo que está de pé feito com ela.
Assusta todos desatentos a sua fúria.

Ele em seu íntimo pensamento, acredita que se toda areia estiver coberta, todos vão preferir ir ao seu encontro, e já que estão molhados...
Por que não um mergulho?
Com o caminho livre, todos apreciarão as inúmeras vezes que, com glamour, pisca os olhos, com um efeito espécie de onda, uma onda de cor azul.

O mar mesmo sendo durão desaba ao falar desse assunto:
- Todos disputam um lugar em seu colo. Todos querem o melhor lugar. Muitos nem entram, nem se molham, mas ficar nela todos ficam! E os esportes praticados... Ela tem mais amigos do que eu; todas as mulheres que não podem molhar seus cabelos ficam até ao entardecer. Se sinto ciúmes? Sim! Ainda mais dos luais, que são feitos com a sua cumplicidade.

Com sua revolta quase que mortal, às vezes se deprime, se acha inferior...
O que o leva, depois de muita choro, a seu estado de ressaca.

Mal sabe o que se passa do lado de cá...

Ela, adentra nele todas às vezes, para saber como é abraçar o mundo, cada vez que ele, com seu belissímo movimento de abrir e fechar os olhos, vem espionar à costa...
E ainda volta com mais vida!

Sua virilidade e sua iniciativa são a inveja dos imóveis.


A areia tem cíumes de sua cor, que enche os olhos de todos.
Não gosta do seu efeito devastador: quando menos se espera, com a ajuda do sol que esquenta, toma todos os seus amigos como uma espécie de imã.
Quando se vê, já está só!

Com sua fala tímida, ela desaba:
- Todos se vão quando o sol bate, todos querem se refrescar. Além do mais ninguém vem para me ver, todos vem para ver o mar; para um mergulho.Eu tenho tanto cíumes dele, por viajar o mundo; por atravessar continentes; de ser tão cheio de vida. Eu só fico aqui parada, e no final de tudo fico com o rastro de todos, até ele devolve a mim qualquer coisa que não aceita.

E assim, com a junção das magnitudes, se forma a praia.
Sem ele, ela não seria tão disputada.
Sem ela, ele não passaria de água.
Tudo se completa.

Herácliton Caleb